Erradicação do Analfabetismo

O analfabetismo e suas consequências para o desenvolvimento dos cidadãos e do país é o tema principal do Programa Educação Federal desta semana, transmitido pela Rádio Senado na segunda-feira (13), às 21h, com produção e apresentação de Floriano Filho.
14/09/2021 13h54

O analfabetismo e suas consequências para o desenvolvimento dos cidadãos e do país é o tema principal do Programa Educação Federal desta semana, transmitido pela Rádio Senado na segunda-feira (13), às 21h, com produção e apresentação de Floriano Filho.

“O Brasil precisa acelerar urgentemente as políticas públicas para erradicar o analfabetismo que ainda acorrenta milhões de brasileiros e elevar a escolaridade de outros tantos milhões. Caso contrário, continuaremos atrasados no contexto internacional”, afirmou Floriano Filho.

O Dia Mundial da Alfabetização foi 08 de setembro. A Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO) criou a data para relembrar e debater a importância da alfabetização para o desenvolvimento econômico e social do Mundo.

Analfabetismo 02_idosaNo caso do Brasil, existe pouco a comemorar quanto à erradicação do analfabetismo. Mais de 11 milhões de brasileiros acima dos 15 anos de idade não entendem nada do que dizem as palavras escritas.

O país vem dando passos vagarosos para amenizar estatísticas tão desalentadoras. Em 2020, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou a pesquisa nacional por amostras de domicílios (PNAD Contínua 2019). A taxa de analfabetismo no Brasil, que era de 6,8% em 2018, passou para 6,6% em 2019.

O ritmo lento atrasa o cumprimento de metas estabelecidas na lei de 2014 que criou o Plano Nacional de Educação. Só em 2019, quatro após a aprovação do Plano, a taxa nacional conseguiu ficar próxima da meta de 2015.

As profundas desigualdades de renda familiar, faixa etária, raça e até localização geográfica puxam para baixo o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) do Brasil.

Ainda é maior o número de analfabetos funcionais, que até conseguem ler e escrever mas são incapazes de interpretar o que lêem e de usar a leitura e a escrita em atividades cotidianas. Normalmente têm menos de 4 anos de estudos e calcula-se que sejam em torno de 30 milhões de pessoas no Brasil.

A pesquisadora de Indicadores Sociais do IBGE, Betina Fresneda, destaca que houve alguns pequenos avanços em relação a anos anteriores, mas que a situação é ainda delicada.

“O preocupante é que essa desigualdade entre grupos de diferentes características de renda, cor ou raça e região de residência permanecem significativas”, disse Betina.

A pesquisadora destaca que a inclusão das novas gerações na escola com a universalização do ensino fundamental no Brasil só ocorreu na década de 90. O processo beneficia os mais jovens, em idade escolar, mas os adultos e idosos permanecem desassistidos.

“O principal desafio é garantir a permanência das pessoas que já ingressaram (na escola) e a qualidade do ensino também, para que essas pessoas consigam atingir pelo menos a educação básica obrigatória e saiam desse processo de analfabetismo funcional, que é extremamente grave”, declarou a pesquisadora.

Fotos: Ministério da Educação/Arquivo